quarta-feira, 29 de setembro de 2010

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

À brisa do Sena!

O petits plats vai mudar completamente. Na verdade o novo blog está praticamente pronto. Até gostei do meu piti, pois está ficando muito melhor... Mas, vocês vão ter que esperar mais uma semana pra conhecer a nova cara do blog e suas novidades. Hoje eu e o mamute embarcamos para Paris. Vamos assistir uma comédia do Molière, comer umas comidinhas francesas, passear de bicicleta, passar um pouco de frio às margens do Sena, etc. Prometo novidades de Paris! Sei que estou devendo as cervejas holandesas, belgas e alemãs; além de outras coisinhas... Calma pessoal, tudo isso está "no forno" para o novo blog. Espero que vocês tenham paciência.

Au revoir!

Adriana

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Reestruturação!!!!

Queridos leitores,

Dei piti!!!! O blog entrou em reforma! Reforma geral!!!!!!! Muitas idéias legais, na verdade, sempre mais do que eu consigo consolidar. Tudo bem, minha cabecinha é assim mesmo. Ou, eu não seria Adriana Invitti. Por favor, tenham paciência. Tantas coisinhas legais em Berlim, Bruxelas, Bruges, Amsterdam, Lisboa, Sintra, Catânia, Siracusa... etc etc... E, semana que vem, Paris!!! Muitas novidades!!!

Até mais!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Torta de Gorgonzola com Carne


Continuando a série de tortas salgadas, segue a receita de uma apetitosa Torta de Gorgonzola com Espinafre, recheada com Carne. A massa é extremamente aromática e saborosa. O recheio simples, mas com um toque especial. O queijo emental do recheio faz uma dupla perfeita com o gorgonzola da massa. Os sabores são potencializados. Essa torta é mais forte do que as duas anteriores, justamente por isso deixou o mamute querendo mais. Afinal, 2kg de torta é pouco para um elefantinho, não?!

Torta de Gorgonzola com Carne

Massa de Espinafre com Gorgonzola
Ingredientes:
- 200g de farinha
- 80g de folhas de espinafre pré-cozidas
- 50g de gorgonzola
- 100mL de óleo de canola ou girassol
- 2 ovos
- 300mL de leite
- 1/2 colher de café de sal
- 1 colher de chá de fermento químico

Recheio de Carne
Ingredientes:
- 350g de carne bovina magra moída
- 80g de cebola
- 50g de queijo emental suiço
- 20g de alho
- 20mL de vinagre balsâmico (Aceto Balsamico di Modena)
- 1 tablete de caldo de carne
- pimenta e salsinha a gosto.

Modo de Preparo:
- Cortar a cebola e o alho em pedaços bem pequenos
- Cortar o queijo emental em cubinhos ou ralar com ralo grosso
- Dissolver o caldo de galinha no vinagre balsâmico.
- Misturar todos os ingredientes do recheio
- Temperar com salsinha e pimenta.
- Misturar o recheio novamente.
- Cortar o queijo gorgonzola em cubinhos
- Bater no liquidificador todos os ingredientes da massa, exceto a farinha e o fermento. Deve formar um creme de espinafre.
- Em uma tigela misturar o creme de espinafre com a farinha.
- Misturar o fermento na massa, sem bater muito.
- Colocar em uma refratária pouco mais da metade da massa (5/8)
- Colocar o recheio sobre a massa, distribuindo bem ao longo de toda a refratária.
- Cobrir com o restante da massa.
- Levar ao forno (200ºC) por aproximadamente 40 minutos. A superfície da massa deve ficar dourada. Espete com um palito para verificar se a massa já está bem cozida.


Dicas:
- É possível utilizar espinafre fresco ou o congelado. No caso do congelado: espere descongelar bem, esprema para escorrer toda a água e só então pese.
- O emental pode ser substituido por mussarela ou queijo minas frescal. Neste caso, aumente a quantidade para 100g.
- Pode ser servida quente ou fria.

Bon appétit!

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Torta de Cenoura com Frango Cremoso


O frango definitivamente não é dos pratos preferidos do mamute. Na verdade, ele passaria muito bem sem comer nada de frango. Entretanto, ele adora uma torta salgada. Ficou exultantante quando decidi soltar a criatividade e criar não só recheios diferentes, como massas com sabor especial. Já que frango não é muito a "praia" do mamute, ainda vou ter que fazer essa torta para a minha cunhada testar. Ela sim vai realmente apreciar essa delícia.  De qualquer forma, o mamute adorou e aprovou a receita! A torta salgada de frango é um "clássico" na cozinha brasileira. Vejam como ficou esse clássico com uma pitada a mais de cores e sabores!

Torta de Frango Cremoso

Massa de Cenoura
Ingredientes:
- 200g de farinha
- 150g de cenoura ralada
- 50mL de óleo de canola ou girassol
- 50mL de azeite de oliva
- 2 ovos
- 300mL de leite
- 1 colher de café de sal
- 1 colher de chá de fermento químico

Recheio de Frango Cremoso:
Ingredientes:
- 300g de peito de frango
- 100g de grãos de milho
- 80g de cebola
- 120g de mussarela
- 10g de alho
- 10mL de vinagre de vinho branco
- 10mL de azeite de oliva
- 1 tablete de caldo de galinha
- sal, pimenta e sálvia a gosto.

Modo de Preparo:
- Limpar o peito de frango e cortar em tirinha.
- Cortar a cebola e o alho em pedaços bem pequenos.
- Cortar a mussarela em cubinhos ou ralar com ralo grosso.
- Dissolver o caldo de galinha no vinagre e azeite.
- Misturar todos os ingredientes do recheio.
- Temperar com sálvia e pimenta.
- Misturar o recheio novamente.
- Bater no liquidificador todos os ingredientes da massa, exceto a farinha e o fermento. Deve formar um creme de cenoura.
- Em uma tigela misturar o creme de cenoura com a farinha.
- Misturar o fermento na massa, sem bater muito.
- Colocar em uma refratária pouco mais da metade da massa (5/8).
- Colocar o recheio sobre a massa, distribuindo bem ao longo de toda a refratária.
- Cobrir com o restante da massa.
- Levar ao forno (200ºC) por aproximadamente 40 minutos. A superfície da massa deve ficar bem dourada. Espete com um palito para verificar se a massa já está bem cozida.


Dicas:
- Não corte tirar muito largas de frango, pois elas podem não cozinhar adequadamente.
- Substitua a mussarela por queijo minas frescal, o efeito é o mesmo, pois a mussarela que uso por aqui é a mussarela para cozinha, que tem menos calorias e forma um bom creme quando derrete.
- As cenouras devem estar bem raladas para a massa.
- Você pode usar como recheio aquele frango que sobrou do dia anterior. É só desfiar!
- Pode ser servida quente ou fria.

Bon appétit!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Rumo ao Norte ou a Fuga do Calor

Queridos leitores, 

Daqui a pouco embarco para Berlim. Vamos ver o que consigo de bom para o blog por lá. Já prometi falar um pouco das cervejas, o que será um ótimo tema já que passarei também pele Holanda e Bélgica. De qualquer forma não vou deixá-los sem receitinhas novas. Tenho duas tortas deliciosas "no forno" para vocês.

Tchüs!

Liuba

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Torta de Cebola com Camarão Cremoso


Antes que meus queridos leitores sofram um "choque hiperglicêmico", pois as últimas postagens abusaram no açúcar, segue uma deliciosa receita salgada. Torta de Cebola com Camarão Cremoso! A massa da torta lembra muito um pastel assado de cebola, levemente adocicada. Em São Paulo, havia um pastel assado de cebola fenomenal no Central 22 (Rua Avanhandava, 22 - São Paulo - SP). Era realmente de dar água-na-boca só que, para tristeza dos seus fãs, ele foi completamente eliminado do cardápio. Será que um dia volta? Espero que sim. Voltando a torta... O recheio é de camarão cremoso com bastante pimenta. A mistura de sabores fica muito interessante. Ah, lembram dos vinhos Lagrein rosés? Ficam perfeitos com essa torta!

Torta de Cebola com Camarão Cremoso

Massa de Cebola
Ingredientes:
- 200g de farinha
- 50g de queijo parmesão ralado
- 50g de cebola
- 50mL de óleo de canola ou girassol
- 50mL de azeite de oliva
- 2 ovos
- 300mL de leite
- 1 colher de café de sal
- 1 colher de chá de fermento químico

Recheio de Camarão:
Ingredientes:
- 300g de camarões pequenos já descascados
- 100g de ervilhas frescas
- 80g de cebola
- 120g de mussarela
- 30g de alho
- 10 azeitonas verdes
- 30g de molho de tomate
- sal, pimenta e orégano a gosto.

Modo de Preparo:
- Limpar os camarões.
- Cortar a cebola e o alho em pedaços bem pequenos.
- Cortar a mussarela em cubinhos ou ralar com ralo grosso.
- Cortar as azeitonas em rodelas.
- Misturar todos os ingredientes do recheio.
- Temperar o recheio com óregano, pimenta e sal.
- Misturar o recheio novamente.
- Bater no liquidificador todos os ingredientes da massa.
- Colocar em uma refratária pouco mais da metade da massa (5/8).
- Colocar o recheio sobre a massa, distribuindo bem ao longo de toda a refratária.
- Cobrir com o restante da massa.
- Levar ao forno (200ºC) por aproximadamente 30 minutos. A superfície da massa deve ficar bem dourada. Espete com um palito para verificar se a massa já está bem cozida.


Dicas:
- Não use camarão "farelo", pequeno quer dizer com pelo menos 2cm.
- Substitua a mussarela por queijo minas frescal, o efeito é o mesmo, pois a mussarela que uso por aqui é a mussarela para cozinha que tem menos calorias e forma um bom creme quando derrete.
- É possível substituir as azeitonas verdes por pretas, mas muda significativamente o sabor final.
- Pode caprichar na pimenta, como a massa é levemente adocicada o recheio bem apimentado é perfeito.
- Pode ser servida quente ou fria.


Bon appétit!

sábado, 21 de agosto de 2010

Cupcakes ou a Revolta dos Cupcakes

Os cupcakes, pelo que percebo daqui, viraram uma verdadeira febre no Brasil. Sempre vejo fotos desses pequenos e lindos bolinhos que, em geral, possuem aparência apetitosa. Mas será que são tão gostosos quanto bonitos?! Pois é, nem sempre. Muitas vezes a preocupação com a estética e a beleza são tamanhas, que o sabor fica esquecido. Um bolinho mequetrefe de baunilha com uma linda e gorda cobertura de manteiga! Definitivamente o custo-benefício não vale a pena, come-se uma tonelada de calorias pelo mesmo sabor do bolo industrializado que você compra no supermercado. Posso estar exagerando, pois, na verdade, prefiro um saboroso e "feioso" muffin.  Os muffins sim: com muito recheio, muito sabor, também muito pesados; mas calorias que realmente valem a pena. Estou vencendo este preconceito, já encontrei receitas absolutamente maravilhosas de cupcakes. Em geral, elimino a tal cobertura de manteiga e faço só o bolinho mesmo. Melhor assim! Mas, voltando ao que eu realmente queria comentar. Comecei a falar dos cupcakes no Brasil porque li uma reportagem no Terra que traz versões lindíssimas e possivelmente deliciosas desses bolinhos. Vale a pena dar uma olhada, alguns são de dar água na boca.

http://www.terra.com.br/culinaria/infograficos/cup-cakes-a-brasileira/index.htm

Apesar de mostrar cupcakes lindos, fiquei um pouco incomodada com o texto inicial. Ele é de uma imprecisão que me irritou. Ok ok... distância da familia e amigos, ver de longe a política brasileira cada vez mais refém de um partido, tempo demais sem sair de Roma têm me deixado mais sensível e exaltada. Vamos aos fatos:

Erro 1: "Os italianos ficam estarrecidos diante das nossas pizzas doces ou dos sabores que misturam vários ingredientes." Deus do céu! A mocinha que escreveu a resportagem parece nunca ter pisado por aqui. Em Napoli e no interior da Campania pode-se encontrar pizzas muito semelhantes às brasileiras, com borda recheada e uma mistureba de coisas. Além de muito recheio, muito mesmo! Fora isso, é extremamente usual encontrar pizza de nutella no cardápio de sobremesas. Vamos e venhamos, não é porque a pizza italiana não tem catupiry, queijo tipicamente brasileiro, nem banana com canela que vai ser "menos criativa" do que a pizza brasileira.

Erro 2: "Os japoneses nunca entenderam como a combinação de peixe com arroz pode gerar a infinidade de sushis e sashimis que temos por aqui." Nunca entenderam porque acham uma coisa absolutamente bizarra você estragar um sushi com cream cheese, tomates secos ou maionese. E também devemos levar em consideração que a variedade de sashimis é unicamente dependente da biodiversidade do oceano, afinal sashimi nada mais é do que um peixe ou fruto do mar fatiado.

Erro 3 (talvez o menos ruim): "Os cup cakes, típicos doces americanos, chegaram ao Brasil não faz muito tempo e já têm sabores jamais imaginados na terra de Obama." - Sim cupcakes são doces muito difundidos nos EUA, mas são de origem inglesa. Só não levavam esse nome lá na Inglaterra. Foram denominados cupcakes por Elisa Leslie, em um livro de culinária publicado em 1828. Uma americana, sim, mas que possui um irmão inglês e inclusive passou a infância com os pais na Inglaterra. Será que ela não trouxe a idéia de lá?! Quanto aos sabores, que grande mérito criativo existe em encolher clássicos como o bolo de fuba ou adicionar frutas tipicamente nacionais? Definitivamente essa moça nunca pisou em uma confeitaria européia. A terra de Obama...

Não nego de maneira nenhuma que o brasileiro é criativo, afinal sou brasileira. Só acho que o ufanismo nacional não pode ser desmedido. No final das contas, minhas críticas nada tem com os cupcakes. Só queria que as coisas fossem escritas com algum embasamento que não fosse os devaneios de uma cabeça desinformada ou mal informada. Mesmo que sobre assuntos com "importância meramente culinária". É por isso que o Brasil vai pra onde vai...


sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Mãozinha do Leitor - Bolinhos de Cenoura com Chocolate


Essa semana fiquei muito feliz ao abrir meu email. Deparei-me com uma bela receita, cheia de fotos, dicas e impressões. Uma receita com a cara do blog. Achei ótimo que além de acompanhar e eventualmente fazer as receitas enviando a sua opinião, o leitor agora também está colaborando com o conteúdo do blog. Obrigada Betina pela iniciativa e espero que todos os leitores sintam-se a vontade para também colaborar. Segue a receita dos Bolinhos de Cenoura recheados com chocolate, que a Betina fez para engordar um pouquinho mais o Bico! Parecem deliciosos!


Bolinhos de Cenoura com Chocolate
Betina Peixoto - Belgrado - Sérvia

Ingredientes:
- 300g (2 unidades) de cenoura ralada
- 250mL (1 xícara) de água morna
- 125mL (1/2 xícara) de óleo
- 1 ovo
- 180g (1 1/2 xícara) de farinha
- 160g (1 xícara) de açúcar
- 1 colher de chá de fermento químico
- 1 tablete de chocolate ao leite ou meio amargo.

Modo de preparo:
- Pré-aquecer o forno à 180ºC
- Untar e enfarinhar as forminhas ou colocar as forminhas de papel nas forminhas.
- Bater no liquidificador as cenouras, água, óleo e ovo.
- Misturar a farinha o açúcar e o fermento em uma tigela.
- Adicionar aos poucos o creme de cenoura e misturar bem.
- Colocar a massa nas forminhas
- Adicionar um quadradinho de chocolate no centro de cada forminha.
- Levar ao forno (180º) por cerca de 25 minutos.


Dicas da Betina:
- Se o chocolate não descer sozinho, dar uma 'leve' empurradinha pra ele não ficar na superfície (ver exemplo na forminha do canto, nas fotos do modo de preparo).
- Você pode usar qualquer tipo de chocolate. 
- Quanto mais grosso o chocolate, menos ele derrete.

Bon appétit!

sábado, 14 de agosto de 2010

Bolinhos de Laranja

Bolo de laranja tem sabor de infância. Minha mãe fazia um absolutamente delicioso. O tempo passa e parece que as receitas vão ficando esquecidas na gaveta. O primeiro bolo feito aqui na Itália foi de laranja. O mamute é absolutamente viciado em laranjas! Uma receitinha mequetrefe que eu peguei na internet. Ficou gostosinho, mas nada demais. Além disso, ele foi o primeiro teste do forno no cozimento de bolos. E, se lembrarem da primeira postagem aqui do blog, o forno é um desastre! A receita a seguir não é a da minha mãe, infelizmente. É um mal de família fazer receitas de cabeça e não conseguir colocá-las no papel. Sempre com uma adaptação aqui, outra acolá e uma nova delícia no final. Entretanto, essa receita fica fenomenal! Segue a receita dos bolinhos de laranja mais fofinhos do mundo, ou seria do universo?!

Muffins de Laranja

Ingredientes:
- 190g de farinha
- 150g de açúcar
- 1 e 1/2 colher de café de fermento químico
- 0,5g de essência de baunilha em pó (ou 1 colher de café de extrato de baunilha)
- 170g de manteiga sem sal
- 3 ovos (claras e gemas separadas)
- Suco de 2 laranjas médias (mais ou menos 300mL)

Modo de preparo:
- Pré-aquecer o forno à 210ºC.
- Untar e enfarinhar as forminhas ou encaixar as forminhas de papel.
- Misturar a farinha ao fermento químico.
- Bater energicamente a manteiga com o açúcar e a baunilha até obter um creme leve e homogêneo.
- Bater as claras em neve.
- Misturar gradualmente o creme de manteiga e açúcar com as gemas, a farinha e o suco de laranja.
- Incorporar as claras em neve. Misturar até que se incorporem totalmente, formando uma massa homogênea, mas não mais do que o necessário.
- Colocar a massa nas forminhas (3/4 da forminha, não encher completamente).
- Levar ao forno por cerca de 20 minutos.
- Testar o cozimento com um palito ou a ponta de uma faca; deve sair seca.


Dicas:
- Bater na mão é bastante cansativo, prefira a batedeira.
- Cubra os bolinhos com ganache de nutella ou suco de laranja com um pouco de açúcar.
- A etapa da manteiga é muito importante para a leveza dos bolinhos, portanto sem preguiça!


 Bon appétit!



quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Vai com o quê ? Vinho rosé!

O título rimou, mas não foi intencional. Rima horrosa por sinal! De novo, mas deixa pra lá.. Atendendo a pedidos, uma série de postagens sobre bebidas. Afinal, nem todo mundo cozinha! Não sou someliê nem nada equivalente, mas como também não sou chef, nem gourmet e muito menos pâtissier e só publico receitas, vou me arriscar no mundo das bebidas também. Resumidamente, tudo que eu escrever por aqui pode ser uma grande bobagem, mas prometo me esforçar!
Vocês já estão carecas de saber que por aqui está muito calor. Ai meu Deus! Vai falar de calor de novo... As altas temperaturas dão destaque para os vinhos brancos e espumantes; bem como para as cervejas leves. Desde o final do ano passado estamos em uma febre de vinhos rosés. Os rosés franceses são absolutamente fenomenais, como quase tudo o que os franceses fazem na "área alimentar".  O cuidado, a minúcia e a técnica são características marcantes da culinária francesa e da poesia também; eu acho ou escutei "alguém" dizer. A Mercearia do Francês (Rua Itacolomi, 636 - Higienópolis - São Paulo) apresentava uma ótima seleção de vinhos brancos e rosés no último verão. O Côte du Rhône rosado é um vinho delicioso, perfeito para o dias quentes. Tentamos comprá-lo por aqui, mas ainda não conseguimos. A Enoteca que costumamos frequentar vende praticamente só vinhos de origem italiana. É a super-valorização do produto nacional. Graças à falta de vinhos franceses acabamos conhecendo os Lagrein.

Lagrein é uma variedade de uvas típica do norte da Itália, da região conhecida como Trentino-Alto Adige/Südtirol que compreende as províncias de Bolzano e Trento. Essa região faz fronteira com a região do Tirol na Austria e com as províncias do Veneto e Lombardia na Itália. Ela fez parte do império austro-hungaro e seus predecessores, sendo anexada à Itália somente em 1919. A uva Lagrein produz vinhos tintos com bastante tanino e rosés perfumadíssimos. Essa variedade de uva é cultivada também na Austrália. O sabor do vinho é leve, mineral, o perfume geralmente lembra frutas vermelhas. O sabor e o aroma são tão delicados que quando o vinho é servido excessivamente gelado quase desaparecem por completo. Seguem dois ótimos Lagrein, um da Cantina Mezzacorona, eleita a cantina do ano de 2009 pela Wine Enthusiast Magazine e o outro da Cantina Peter Zemmer, que recebeu várias menções honrosas no Concurso Enológico Internacional - Vinitaly 2010.


Mezzacorona I Classici Lagrein Rosato Trentino
Variedade de uva: Lagrein
Vinificação em branco com leve maceração; cor rosada, perfume frutado e delicado, sabor seco, fresco e aromático.
Teor alcóolico: 12%
Ideal para entradas, pratos leves de massa e arroz e carnes brancas.
Temperatura para servir: 10 -12ºC
Preço:€6,50.

Sugestão da Liuba: Servir com orecchiette ao vôngole ou filé de linguado grelhado com risoto de palmito.







 


Peter Zemmer Alto Adige Lagrein Rosé DOC
Variedade de uva: Lagrein
Cor entre rosa e rubro claro, perfume delicado, prazeroso, com sabor seco, fresco, vivaz e aroma estimulante.
Teor alcóolico: 13%
Ideal para salames, entradas bem temperadas e carnes brancas.
Temperatura para servir: 12 -14ºC.
Preço: €8,00
Sugestão da Liuba: Servir com salada italiana (rúcula, grana padano, salame apimentado, tomate cereja, aceto balsâmico) ou risoto de camarão.




Salute! 
Infelizmente em uma rápida busca pela internet não encontrei nenhum dos dois vinhos disponíveis para compra no Brasil. Apenas um semelhante, também rosé Lagrein (Alois Legeder - 2006), por R$ 65, 00 na Mistral.

domingo, 8 de agosto de 2010

Bolo de Carne

Essas duas últimas semanas andei meio preguiçosa, é verdade. Não postei nada antes por diversos motivos, e o mais relevante deles é que não estava conseguindo cozinhar. Dessa vez não foi o calor, afinal: quem acostumou com a temperatura beirando os 40ºC sente-se muito confortável com pequenas variações em torno dos 30ºC. Foi culpa de uma herança familiar mesmo, minha alergia! Minhas mãos estavam um horror e assim fica impossível cozinhar. Agora já está tudo bem e o mamute não precisa mais ajudar a lavar a louça ou descascar cebola e alho.
Hoje é um bom dia para postar uma receita salgada, afinal é dia dos pais e, em geral, os homens apreciam muito mais pratos salgados do que doces. Meu pai é um grande cozinheiro! Adorava acordar toda a família no domingo de manhã para preparar o almoço ao som das Quatro Estações de Vivaldi. Colocava cada um para picar ou mexer alguma coisa e inventava muito, ah, como inventava! Horas preparando macarrão, molhos, carnes e peixes. À minha mãe cabia sempre o pudim de leite condensado (absolutamente fenomenal) e "logicamente" toda a louça. Importante lembrar que homens quando cozinham não são econômicos na louça, ainda mais meu pai: engenheiro químico que adora potinhos, facas, peneirinhas, funis e tudo mais que for possível sujar. Apesar de na adolescência abominar esse ritual familiar, pois ele não poupava nem as amigas que porventura tivessem dormido em casa, hoje sei que realmente aprendi a cozinhar nesses domingos e feriados. Nunca vou esquecer a frase: "A emulsão, você tem que manter a emulsão!" dita enquanto eu tentava preparar minha primeira maionese. Ou os testes relacionados ao aroma dos temperos. Ou quem sabe as experiências que ultrapassavam a culinária, como jogar diferentes compostos químicos na boca do fogão pra ver o fogo mudar de cor. Divertidíssimo! Apesar de a comida ideal para o dia dos pais ser um belo churrasco, segue a receita de um delicioso bolo de carne... uma ótima pedida também!
O bolo de carne tem origem européia. Existem registros da sua preparação já no século V a.C. e ele é citado no livro de culinária romano, o Apicius. O bolo de carne é bastante tradicional na Alemanha, Bélgica, Holanda e Itália. As famosas almôndegas (polpetta) são a versão "mini" do bolo de carne (polpettone). As receitas de almôndega e bolo de carne se confundem muitas vezes. A base é geralmente o macinado de uma carne magra e tenra, que recebe a adição de diferentes tipos de farinha ou pão, bem como temperos para formar uma massa. Essa massa pode ser recheada com os mais variados tipos de recheio ou simplesmente enrolada e cozida. Nas Américas, o bolo da carne é bastante difundido nos Estados Unidos (meatloaf) e no Brasil. Em 2007, foi eleito o sétimo prato favorito dos norte-americanos (Good Housekeeping website). Tornou-se tão famoso, não só nos Estados Unidos, mas também no Brasil, por ser um prato muito saboroso que possui baixo custo; ao menos em relação a outros pratos com carne.
Segue a receita do Bolo de Carne. Esta versão é bem temperada, em homenagem ao meu pai e ao mamute! Ambos adoram pratos com "explosão de sabores"; leia-se: alho, pimenta, mostarda e afins!

Bolo de Carne
Ingredientes da massa:
- 500g de carne moída magra;
- 50g de bacon defumado;
- 2 colheres de sopa de extrato de tomate;
- 2 colheres de sopa de mostarda;
- 1 ovo;
- 50g de cebola (meia cebola média)
- 6 dentes de alho médios (aproximadamente 25g)
- 50g de farinha de milho
- Salsinha, Cebolinha, Pimenta do reino e Sal a gosto.

Ingredientes para o recheio:
- 200g de mussarela
- 50g de azeitonas verdes (já sem caroço).

Modo de preparo:
- Bata todos os ingredientes da massa, exceto a carne moída, no liquidificador até formar um creme homogêneo.
- Misture a carne moída com o creme de temperos.
- Abrir a massa de carne sobre uma película de filme plástico.Faça uma camada retangular com mais ou menos 0,5 cm de espessura.
- Cortar as azeitonas em rodelinhas e ralar a mussarela (ou cortá-la em pedaços pequenos).
- Misturar a mussarela com as azeitonas e temperar com orégano.
- Cobrir a camada de carne com o recheio.
- Enrolar a carne formando um rolo (como um rocambole). Utilize o filme plástico que está embaixo da carne para não desmontar.
- Fechar bem as pontas do rolo de carne, para formar um tubo fechado.
- Colocar o bolo de carne em uma forma ou refratária. (Sem o filme plástico!!!)
- Assar (180ºC) por 30 ou 40 minutos. A superfície deve ficar dourada.

Dicas:
- Você pode utilizar quase qualquer tipo de queijo no recheio, como: provolone, prato, ricota, minas, chedar, entre outros. 
- O recheio pode variar ser de acordo com a sua criatividade: milho, ervilha, legumes em geral, salames, presunto, ovos, cogumelos. Ou seja, o que estiver disponível na cozinha e você quiser usar.
- O tempero do recheio também pode variar: salsinha, cebolinha, sálvia, manjericão, manjerona são alguns exemplos.
- Experimente substitui a carne bovina moída, por frango, peru ou porco, também fica uma delícia!
- Não exagere no tempo de forno, isso pode deixa o bolo muito ressecado.


Bon appétit!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Opine na dieta do mamutinho!

O Petits Plats agora possui uma seção para as revisões, isto é: um espaço especial para as opiniões dos leitores que testaram as receitas da Liuba. A seção se chama MamutReceipt Reviews e o link para ela encontra-se na barra lateral.


Os leitores devem enviar críticas, fotos e impressões pessoais das receitas testadas para o e-mail da Liuba . As revisões ficarão inicialmente na página própria, a MamutReceipt Reviews, e, posteriormente, serão deslocadas para o corpo da postagem da receita a que se referem. A seção estréia com duas revisões sobre os Mini cakes légers aux Cerises. Clique e aproveite!

terça-feira, 27 de julho de 2010

Mini Éclairs à la vanille



O calor continua absolutamente insuportável, mas só cozinhar o "básico" e as piadinas também é quase tão chato quanto o calor. A confecção das piadinas virou rotina e bastante entediante... Assim como preparar células eletrocompetentes ou isolar mononucleares. O resultado é bom, mas o serviço muito mecânico! Depois de alguma negociação e graças à excelente aquisição do ar condicionado consegui a liberação do forno por 1 hora. Uhu! Decidi fazer os éclairs, pois o tempo no forno é pequeno e eles dão uma quantidade razoável de trabalho, o que faria com que eu me divertisse bastante. Afinal, não sei quando vou conseguir liberar o forno de novo!
Éclair significa relâmpago. Diz-se que as bombas, como são conhecidos no Brasil, receberam este nome por serem devoradas muito rapidamente: como um relâmpago! E, realmente, são deliciosas! Os éclairs são uma variação do uso da famosa pâte à choux; que é a massa dos profiterole, bignès, carolinas, sonhos espanhóis, saint-honorè, paris-brest, entre outros. A pâte à choux é a massa mais estranha do mundo. O jeito de preparar é no mínimo esquisito. Primeiro cozida na panela e depois no forno ou frita. Apesar de disso, fica deliciosa e não é muito difícil de fazer. Esse tipo de massa possui uma grande vantagem: serve tanto para doces quanto para salgados.
Catarina de Medici
A primeira receita de  pâte à choux tem origem no século XVI, na França. Em 1533, Catarina de Medici deixou Florença com toda a sua corte, inclusive seus chefs,  para se casar com o Duque de Orleans, Henrique; o qual, em 1547, se tornaria rei da França. Em 1540, Pantarelli, chef principal da corte de Catarina, criou uma massa quente e levemente ressecada que ele utilizou para fazer gateuax.
Marie Antoine Carême
A receita original modificou-se bastante ao longo dos anos. Foi conhecida como massa Popelini quando era utilizada para fazer pequenos doces em formato de seios femininos. No século XVIII, um confeiteiro, chamado Avice, aperfeiçoou a massa e criou os bolinhos choux (choux = couve-flor, os bolinhos parecem pequenas couves-flores). Nessa época a massa passou a ser conhecida como pâte à choux.
 A receita do éclair se deve à confeiteira francesa Marie Antoine Carême (1784 - 1833), que aperfeiçoou a massa choux e criou o que conhecemos como bomba (massa choux em formato de tubo, recheada com creme confeiteiro e cobertura de fondant ou chocolate). A receita tornou-se muito difundida na França e na Inglaterra na segunda metade do século XIX.


Mini éclairs à la vanille
Pâte à choux
Ingredientes:
- 1/2 colher de café de açúcar;
- 70g de farinha;
- 1/4 de colher de café de sal;
- 60mL de leite;
- 60mL de água;
- 55g de manteiga;
- 2 ovos.

Modo de preparo:
- Pré-aquecer o forno à 250ºC.
- Em uma panela, misturar a água, o leite, a manteiga, o açúcar e o sal. Levar ao fogo médio até que entre em ebulição.
- Retirar a panela do fogo e adicionar a farinha de uma só vez. Misturar vigorosamente.
- Levar a mistura ao fogo baixo por aproximadamente 2 minutos, sempre mexendo vigorosamente. A massa deve desgrudar do fundo da panela e formar uma grande bola.
- Retirar do fogo e esperar a massa ficar ligeiramente morna.
- Adicionar os ovos um a um. Mexendo energicamente após cada adição.

- Colocar a massa em um saco de confeiteiro com o bico de babado serrilhado (bico com abertura retangular que é serrilhado de um lado e achatado do outro).
- Em uma forma coberta com papel manteiga ou untada faça retângulos de massa com mais ou menos 5 cm de comprimento. Coloque uma nova camada de massa sobre cada retângulo para que fiquem "gordinhos". Pressione bem para que a parte de cima grude bem na de baixo.
- Assar (160ºC) por cerca de 20 minutos.
- Deixar os éclairs esfriarem antes de rechear.

Crème pâtissière à la vanille
Ingredientes:
- 250mL de leite;
- 3 gemas;
- 50g de açúcar;
- 20g de amido de milho;
- 0,5g de essência de baunilha em pó.

Modo de preparo:
- Colocar o leite no fogo até que entre em ebulição.
- Enquanto o leite aquece, bater as gemas com o açúcar e a baunilha até obter um creme amarelo bem claro.
- Incorporar o amido de milho ao creme.
- Adicionar o leite fervendo ao creme de gemas, misturando bem.
- Levar a mistura ao fogo médio por aproximadamente 5 minutos. Deve começar a fazer bolhas grandes.
- Resfriar por uma hora antes de utilizar.

Cobertura de Nutella
Ingredientes:
- 50g de Nutella;
- 25mL de creme de leite fresco.

Modo de preparo:
- Amolecer a nutella em banho-maria.
- Misturar o creme de leite, misturando vigorosamente.
- Resfriar por 15 minutos antes de utilizar.

Montando os éclairs:
- Coloque o creme confeiteiro em um saco de confeitar (use o bico perlê bem fininho).

- Injete o creme na parte de baixo dos éclairs.
- Mergulhe a parte de cima do éclair na cobertura de Nutella.
- Deixe os éclairs secarem por pelo menos 1 hora.
Dicas Importante:
- Não trabalhe com a massa muito quente, morna será mais fácil de fazer formas regulares.
- Não asse os éclairs com forno muito quente.
- É possível conservar a massa do éclair já cozida, dura cerca de 2 meses em recipiente hermético no congelador.
- Quando estiver formando os éclairs, corte a massa do bico de confeiteiro com uma faca molhada com água.
- Evite o contato da superfície do creme confeiteiro com o ar, isso impedirá a formação de crosta.
- A cobertura pode ser substituída por fondant colorido, ganache de chocolate, chocolate ou apenas açúcar de confeiteiro.
- Não tente adicionar todos os ovos de uma só vez, isso pode fazer com que a massa choux não se agregue novamente.
- O creme confeiteiro pode ser preparado com licores, conhaques ou outras essências.
- Se você tem dificuldade para fazer mingau sem bolinhas, tome muito cuidado para preparar o creme confeiteiro. Nunca use fogo alto!


Bon appétit!

Referências:
Juillet, Claude. Classic Patisserie: An A-Z Handbook. Butterworth-Heinemann Ltd. 1998.
Gouffé, Jules. Le livre de pâtisserie, HAchette, 1873 (re-edição 2009).

Observação: o termo confeitaria - e suas derivações - foi utilizado como tradução de pâtisserie (francês) e pasticceria (italiano).  A tradução ideal seria pastelaria, termo utilizado em Portugal; entretanto, no Brasil, pastelaria remete à produção de pastéis e não de alimentos doces à base de farinha.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Piadina Romagnola

"l'ostia d'oro che profuma come il corpo del Signore
(De Nardis, 1946) 

O calor continua absolutamente insuportável. O forno continua sendo evitado, portanto nossa companheira de jantar, a pizza, teve de ser eliminada do cardápio. A substituta: a piadina!
A piadina (piada ou piadone) faz parte de uma família de pães feitos com cereais moídos misturados com água e cozidos sem fermento sobre formas de barro (também telhas), superfícies de pedra ou placas de metal. Os pães semelhantes à piadina são bastante abundantes nas áreas mediterrâneas (Sardenha, Tunísia, Israel, Líbano, Grécia, Turquia, etc.) sem muita distinção entre as culturas indo-européias, semitas ou da África negra. A maioria dos pães desta família surgiu em um período histórico anterior ao conhecimento dos processos de fermentação (o levedo de cerveja foi descoberto para levitação do pão no Egito entre 3000 e 2500 a.C.). Entretanto, isso não significa que a piadina seja de origem Neolítica.
O poeta Giovanni Pascoli, que escreveu o poema-receita "Pane rude di Roma", comparava a piadina à mensa romana, citada no canto VII da Eneida. A mensa é uma focaccia de cereais que era utilizada como prato pelos patrícios romanos e depois de impregnada com o sabor da carne e oferecida aos servos. A piadina por muitos é considerada como a herdeira legítima da mensa. Entretanto, não existe um registro histórico que comprove a relação entre a piadina e a mensa. O primeiro registro histórico de um alimento chamado"piada" data do século XIV.  Encontra-se no Descriptio Romandiole, recenseamento feito com fins fiscais, em 1371, pelo cardeal Anglic Grimoard de Grisac, irmão do Papa Urbano V. Nos séculos que se seguiram, poucos foram os registros da piadina.
A piadina começou a destacar-se na mesa dos romangnolos no século XIX, junto com a expansão massiva da utilização do milho na Itália. Diversos censos desta época demonstram que a farinha de milho era o alimento principal na dieta dos agricultores italianos. Notadamente os romagnolos não possuem muita simpatia pela polenta e, sendo a farinha de milho de difícil panificação, passaram a fazer piadinas com esta farinha; como uma tortilla. Surgem também as piadinas com mesclas de farinha, de acordo com a colheita. Em algumas ocasiões festivas, principalmente no Carnaval, podia apresentar-se na forma "enriquecida", contendo banha de porco, açúcar e/ou ovos. E, em diferentes apresentações: folhada, doce ou frita. A piadina como é conhecida hoje surge no período pós-guerra. Extingue-se quase que completamente a versão com farinha de milho, tanto no campo quanto na cidade. Torna-se elemento da gastronomia romagnola, inclusive com IGP (indicazione geografica protetta). Vale lembrar que diversos produtos famosos (e deliciosos) são provenientes da Emilia-Romagna, como: Aceto Balsamico di Modena, Prosciutto di Parma, Grana Padano, Parmiggiano Regiano, entre outros. Isso sem falar das massas, afinal, a capital da Emilia-Romagna é nada menos do que Bologna. Será que lembra alguma coisa?

" La j'è bona in tot i mud, la j'è bona énca scundida: se' n'avé ancora capì, a scor propri dla pida." (Dito popular em língua romagnola). 


"É boa de todo o jeito, mesmo que sem condimento: se não entendeu ainda, falo é da piadina" (tradução livre)


No Brasil, existe um produto muito semlhante à piadina: a pizza de frigideira. Esta é preparada com os mesmo ingredientes que a piadina IGP. A pizza de frigideira é aquela de pacotinho que, no mercado, está perto das massas prontas frescas e laticínios. Já foi mais famosa, mas sempre é possível encontrar o pacotinho com meia dúzia. Elas têm o tamanho exato da frigideira, é só colocar o recheio  e, em mais ou menos 5 minutos, está pronta a pizza de frigideira. Aqui na Itália, a piadina no geral não é feita com recheio como uma pizza e sim utilizada como substituta do pão em sanduíches. Ok, talvez a pizza de frigideira não seja propriamente uma piadina, mas eu adaptei o uso. Segue a receita da piadina, que não é a original romagnola, porque decidi substituir a banha de porco por manteiga. A massa fica mais fofinha e saborosa!






Piadina

Ingredientes:
- 250g de farinha tipo 0 ou 00 ou grão duro ou mista;
- 38g de manteiga em temperatura ambiente (não derretida, somente macia);
- 1g de bicarbonato de sódio;
- Água ou leite o quanto baste para o ponto. 

Modo de preparo:

- Misturar a farinha com o bicarbonato e o sal sobre uma superfície lisa (mesa, pia, etc).
- Misturar a manteiga com os dedos.
- Amassar, adicionando aos poucos o leite ou a água, até obter uma massa macia, firme e pouco grudenta.
- Dividir a massa igualmente em 5 partes.
- Abrir em círculo cada uma das alíquotas de massa.  Utilizar um rolo de macarrão para que fique bem fininha (+ ou - 2mm).
- Cozinhar cada uma das piadinas na frigideira em fogo médio por 5 minutos.


É possível já adicionar o recheio no momento do cozimento, mas lembre-se: recheios que não necessitem de cozimento, como: queijo, salames, specks, presunto, azeitonas, tomate, etc.
A massa de piadina pré-cozida dura cerca de 1 semana na geladeira, é só enrolá-las com filme plástico ou colocar em um saquinho. Se você prefere a piadina mais macia utilize leite no preparo da massa, caso queira que ela fique mais crocante, utilize água.



Bon appétit!

Referências:

Meldini, Piero. Tracce di storia della piada, 2005.
http://www.romagnamania.com/
http://www.riviera.rimini.it/
http://www.altacucinasociety.com/
http://www.piadinaonline.com/
http://ermes.regione.emilia-romagna.it/
http://www.italianmade.com

domingo, 11 de julho de 2010

Mini Cakes légers aux Cerises

 
Os mini-cakes de cereja talvez sejam dos bolinhos favoritos do mamute. A massa é leve, pouco gordurosa e sem excesso de açúcar. O bolinhos ficam fofos e derretem na boca. As cerejas transformam-se em um creme azedinho. É a receita inaugural, pois ultimamente tem ficado famosa. Já foi parar lá em Belgrado depois da visita do Bico e da Betina. E, certamente, vai continuar se disseminando. Esses bolinhos são absolutamente perfeitos com café!!!

Mini Cakes de Cereja
 

Ingredientes:

- 170g de farinha;
- 1 ovo;
- 100g de açúcar;
- 100mL de creme de leite fresco (bem líquido - 35% de gordura);
- 2 colheres de chá de fermento químico em pó;
- 150g de cerejas sem caroço;
- Açúcar de confeiteiro para polvilhar. 

Modo de preparo:

- Pré-aquecer o forno à 180ºC.
- Untar e enfarinhar as forminhas ou encaixar as forminhas de papel.
- Beter o ovo com o açúcar.
- Adicionar aos poucos o creme de leite e a farinha até obter uma massa lisa (fica bem pesada mesmo).
- Incorporar o fermento delicadamente.
- Colocar uma ou duas colheradas de massa em cada forminha até cobrir o fundo.
- Colocar algumas cerejas e afundá-las parcialmente na massa.
- Cobrir com massa.
- Colocar mais algumas cerejas, parcialmente afundadas.
- Levar ao forno por cerca de 25 minutos.
- Testar o cozimento com um palito ou a ponta de uma faca; deve sair seca.

A receita original, retirada do livro da Ilona Chovancova, utiliza framboesas ao invés de cerejas. Os mini-cakes também ficam deliciosos substituindo-se as cerejas por cassis, groselhas, mirtilos, cranberries ou amoras. Evite frutas congeladas, mas se for utilizá-las, descongele-as antes de colocar na massa. 

Dica: Quando utilizar frutas mais densas, como a groselha ou o cassis, passe-as na farinha antes de colocar na massa. Isso evitará que elas desçam para o fundo da forma.


Bon appétit!